Há algum tempo tenho trocado algumas reflexões com uma Vice-Presidente, de uma gigante multinacional, a respeito desse movimento feminino. Essa união feminina por mais igualdade, acesso equalitário, a imposição social a que as mulheres são submetidas, a sobrecarga feminina e, entre tantas outras reinvindicações muito mais do que meritórias, apropriadas e dignas – que de logo apoio incondicionalmente, são um caminho sem volta.
Norma Mosic, Gerente-Executiva do Family office Janga Invest: “ter exemplo de mulheres que quebram barreiras, com voz ativa, que quebram paradigmas, é crucial para o desenvolvimento de novas líderes”. Sim, é! Trata-se de muito mais de um importante dilema de ética social.
Gosto bastante do debate corporativo sobre o tema, mas este assunto vai muito além do que se passa nos “skyscrapers”. É como se a luta por um mundo mais justo se tivesse transformado em uma luta pela sobrevivência. É inquestionável que comportamentos permissivos também contribuem e geram gastos excessivos e energias perdidas.
Creio que estamos passando por uma solução possível, em que pese devamos buscar as soluções reais para a vida, de modo que a tarefa de se avançar nessa quadra ficam a conhecer o modo de complicar irremediavelmente esta situação, evitando o jogo do gato e do rato, jogo esse que vai dar no mesmo, mas com um tremendo desgaste para todos.
Mas o objetivo deste post é o de introduzir algo que seja doloroso para as mulheres: e os homens? Como se enquadram nesta equação? A começar, as mulheres já demonstraram uma enorme capacidade de se unir e conectar nesta causa. Mas, e o homens? Os homens – não sei a razão – não fazem essas uniões, encontros, não discutem o futuro coletivamente. Somos e nos comportamos de forma diferente, e daí? Não vejo nada de errado com isso, nenhuma limitação à vista.
Acredito que os homens vivem reações ameaçadoras, as quais se resolvem pela “luta” ou pela “fuga”. É de tamanha complexidade abordar este tema, que só o fiz após um caso bem inusitado. Mas vamos lá. Assim como as mulheres os homens também têm seus sentimentos. Nesta vida de confrontos, lutas, traições e humilhações. Os homens – como compartilhei com a minha amiga – são muito mais falíveis, se ressentem mais, carregam um rancor muito pesado, raiva, inveja, ciúme – tudo pode acontecer.
As mulheres também passam por este processo, mas o que estou querendo dizer é que de forma muito mais equilibrada, conscientes e determinadas. Já os homens têm que lidar com o componente masculino que o torna incapaz de lidar com o fracasso, depressão – ao menos no início deste processo intricado. Os homens são infinitamente inferiores do que as mulheres (multifacetadas) neste processo.
As mulheres avançaram tanto e com tanta garra em busca de seu lugar no mundo que se esqueceram dos homens. Acredito que faltou um pouco de equilíbrio e sensibilidade para unir as duas partes. São tantas dimensões e grupos de mulheres reivindicando tantas coisas que às vezes acho que falta foco, falta estratégia e faltam homens ali, conectados, apoiando e construindo este caminho de equidade juntos.
Uma das polêmicas mais recentes – entre as mulheres – surgiu há alguns meses, quando declarações de algumas feministas, vistas como discriminatórias em relação a transexuais, na qual diferentes grupos trocam acusações e parecem relutantes em ouvirem uns aos outros.
Por tudo isso, creio que passou o momento para que este processo una os dois gêneros em benefício de toda uma sociedade quebrada e dividida quanto se trata do movimento feminista.