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“Vamos dar os nomes aos bois”, André Trigueiro

*Otávio Cançado*

É lamentável quando um jornalista utilize 30 anos de carreira para justificar e validar suas próprias teses — geralmente equivocadas — e impõe suas opiniões como verdades absolutas.

 

 

Seria como se eu, com a mesma prepotência e arrogância de André Trigueiro questionasse a faculdade que ele frequentou, que, surpreendentemente, nem sequer está entre as 203 melhores instituições no ranking universitário.

Poderia até sugerir que ele voltasse aos bancos da graduação e, desta vez, reconsiderasse melhor a escolha da instituição. Mas não seria tão grosseiro, incapaz.  Ontem, 12 de agosto de 2024, durante o GloboNews em Pauta, o jornalista surpreendeu ao falar sobre aviação com a mesma destreza com que aborda as questões ambientais. Vai vendo, sem dúvida fruto de uma faculdade multidisciplinar.

Quando ele afirma que “o crime ambiental compensa no Brasil”, faz uma simplificação grosseira. Não satisfeito, ainda declarou que “as queimadas têm por objetivo abrir espaço para pastagens”, referindo-se a eventos de agosto de 2019, uma análise já defasada.

Sem dados mais recentes, recorreu a um estudo de 2009 do Greenpeace, “A Farra do Boi”, que, pelo que sei, foi rebatido ponto a ponto por ser frágil. Ele afirma que o BNDES financiou a construção de frigoríficos – no plural mesmo – no Estado do Pará. Mais uma vez, demonstra sua frágil formação e seu comprometimento questionável com a verdade.

“A pecuária extensiva é o maior vetor do desmatamento.” Mais uma afirmação equivocada do nosso generalista. O maior vetor do desmatamento é a grilagem de terras. A análise é desastrosa do início ao fim. O único frigorífico financiado pelo BNDES está em Paragominas, município que, com o apoio contínuo do Estado, se consolidou como uma das mais prósperas do agronegócio.

Paragominas lidera a Região Norte, com mais de R$ 2 bilhões em valor produzido em 2022. O município possui um grande potencial nos setores agrícola e pecuário, tornando-se um exemplo nacional de desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade e inovação tecnológica.

Em resumo, o que se vê é um jornalista que, ao longo de 30 anos de carreira, prefere validar suas próprias teses – frequentemente equivocadas – em vez de se comprometer com a verdade e a precisão. A prepotência e a arrogância se manifestam nas suas análises simplistas e ultrapassadas, que desconsideram fatos mais recentes e dados concretos.

A insistência em generalizações equivocadas, como a suposta relação entre pecuária e desmatamento ou o financiamento de frigoríficos pelo BNDES, apenas expõe sua formação deficiente e falta de compromisso com a integridade jornalística.

Enquanto Paragominas se destaca como um exemplo de sucesso econômico sustentável, as declarações do jornalista apenas reforçam a necessidade de um jornalismo mais responsável e bem-informado.

Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB)

MBA – pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP)

MBA – em Liderança de Pessoas pela Fundação Dom Cabral (FDC)